quarta-feira, 27 de outubro de 2010

... Almoço em Paz ...


Dia das Crianças. Sol. Feriadão. No shopping, uma cena de 40 minutos foi suficiente para minha indignação e rejeição ao modelo de família ali instalado. Quatro pessoas: pais e dois filhos. Uma menina de 8 ou 9 anos, loira, linda. Narizinho marcante. Um jovem, irmão de 15  anos, no máximo. Adolescente. Os pais: feições fechadas, nada consoantes com o dia que estavam vivendo. Um grito da mãe: - “Me deixem almoçar em paz”! E ela almoçou ali, da forma que queria: em paz. Sem um sorriso da filha, que “secava” os olhos do pai e da mãe. Mudos. Olhar triste – não era ali uma criança. Não vi um olhar de felicidade. Ao contrário... Olhos tristes, profundos... De experiência, podem acreditar. E o menino... Impaciente. Qualquer outro programa seria melhor do que aquele “almoço em família” no dia 12 de outubro.  O pai parecia ter sido arrastado àquele lugar. A mãe, nervosa, não falou uma palavra sem ser o seu “desabafo”.  Confesso que fiquei estagnada, perplexa com aquilo que vi. Que impressão ruim me causou. Que família era aquela? Que PAZ a mulher almejava? Que conceito de união prevalecia? Que sensação ruim me deu pela certeza de que hoje as relações estão estremecidas, frias. As famílias estão perdendo o sentido. Imagino tão diferente um dia das crianças com meus filhos. Penso como deva ser a convivência naquela casa, a projeção de futuro daquelas crianças, a esperança no amor. E isso acarreta uma consequência imensurável. Filhos infelizes que se tornam pais infelizes e o conceito “família” vai minguando, passando de geração para geração. Bom, a minha parte vou fazer como mãe e como filha. Deixar a vida passar sem amor assim... ? Só como espectadora.

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