terça-feira, 23 de novembro de 2010

...Incertos...


E se eu te falar que o caminho é assim?
Que ‘certeza’ e ‘sempre’ não há?
Mas a vida trará dádivas, por certo.
O seu, o meu caminho... Incertos.
O encaixe e um futuro assim:
Dei o melhor de mim.



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...Fim...


Eu não sei lidar com o fim, e você? Fim da vida, fim do ciclo, fim de qualquer coisa.  Como toda regra tem sua exceção há dois fins dos quais não me incomodo:  o fim-de-semana e  fim de ano. Mas qualquer outro fim me incomoda, me desacomoda, me tira o chão. Esse desapego forçado, essa sensação de término, de encerramento, não me agrada.  Conheço pessoas que fazem do fim um recomeço. Eu faço do fim o não-fim. Não vivencio, tampouco presencio. Aliás, me esquivo de qualquer fim. O que eu puder fazer para não enfrentá-lo, com certeza farei.  E a melhor forma, para mim, de dominá-lo é fazendo-o inexistente. Atropelo o fim porque sei que além dele há um caminho. Indefinido, eu sei. Mas sem fim.

...Só...


E a gente só quer ser feliz... e só.
Não sós...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

...02/11...


Dia 02 de novembro. Não acredito ser este um dia mais doloroso que todos os outros a partir de 21 de março de 2007, mas é um dia diferente – de reflexão. É o dia dedicado àqueles que nos deixaram. Aqueles que vivem em nós, mas não são mais presença física. Fui ao cemitério hoje, visitar o túmulo de minha avó. Me faltaram palavras nas minhas orações. Mais um ano não queria estar ali, escolhendo a melhor flor que combinasse com ela. Ao lado de minha mãe, não tive forças pra pensar no que havia acontecido. Minha avó se foi... O nosso silêncio, naquele momento, foi a nossa dor. Há momentos na vida em que se formos parar pra pensar nas perdas, nos desequilibramos. Hoje o cemitério estava lotado. Em cada visitante via-se estampada uma história de vida, uma dor, uma saudade. Ainda não sei uma fórmula de encarar melhor a morte. Não tenho, infelizmente, sabedoria e discernimento para entender a ausência de quem eu amo. Poucos aqueles os que sabem da minha dor e, às vezes, acreditem, uma ínfima revolta. Só me resta encarar a morte, na certeza de um reencontro.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

...Passo...


E nesse silêncio, sinto o tempo.
Que chega manso, moroso.
Não passa pra eu entender. Nem passa pra me atender.
Passo. Assim: passo a passo
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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

...Somos uma...


A gente acorda, trabalha, dorme. E acorda, e trabalha e dorme. E de repente... dói. Aquele vazio, aquela falta que ninguém supre. No fim da tarde, a subida da rua... nada é igual. Ausência. Novela: ausência. Doença: ausência. Falta. Dor. Presença da alma? Sempre. Ausência do tato, do carinho físico, do cuidado, do tratamento, da companhia, da respiração, do olhar, das mãos, da risada, da frutinha cortada. A saudade aperta. Corrói e diminui o coração. Sinto-me um grão ante a imensidão do amor que tenho por você, vó. Sinto-me impotente por não ter como voltar àquela nossa vidinha, às nossas conversas e nossos cafés. Como fui feliz. Como a senhora me deu exemplos de vida, exemplos de amor, exemplos de paz no olhar, de serenidade, de vó. Queria uma tarde daquelas. Queria um cheirinho seu. Aliás, queria a eternidade ao seu lado... e eu sei que vou ter. Me espera, vó... com bolachinha de chocolate e salada de tomate. Aí a gente vai sentar, conversar e matar a saudade... Talvez nem a eternidade supra toda a dor e toda a falta que estou sentindo. Mas é tempo suficiente pra que eu possa te amar por todo o tempo, pra todo o sempre. Somos uma... Me espera...!