quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Hoje

De desejos me faço hoje,
Inúteis, porém...
Vez que o tempo me abraça,
Por mim fala
E faz do meu desejo, o dele. Hoje
.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Dia



Era quase um dia comum...
Quando senti o poder da vida,
A presença da alma,
A ausência vivida,
A reza pela calma,
A vontade perdida
E o peso, enfim, da crua partida.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

...Incertos...


E se eu te falar que o caminho é assim?
Que ‘certeza’ e ‘sempre’ não há?
Mas a vida trará dádivas, por certo.
O seu, o meu caminho... Incertos.
O encaixe e um futuro assim:
Dei o melhor de mim.



.

...Fim...


Eu não sei lidar com o fim, e você? Fim da vida, fim do ciclo, fim de qualquer coisa.  Como toda regra tem sua exceção há dois fins dos quais não me incomodo:  o fim-de-semana e  fim de ano. Mas qualquer outro fim me incomoda, me desacomoda, me tira o chão. Esse desapego forçado, essa sensação de término, de encerramento, não me agrada.  Conheço pessoas que fazem do fim um recomeço. Eu faço do fim o não-fim. Não vivencio, tampouco presencio. Aliás, me esquivo de qualquer fim. O que eu puder fazer para não enfrentá-lo, com certeza farei.  E a melhor forma, para mim, de dominá-lo é fazendo-o inexistente. Atropelo o fim porque sei que além dele há um caminho. Indefinido, eu sei. Mas sem fim.

...Só...


E a gente só quer ser feliz... e só.
Não sós...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

...02/11...


Dia 02 de novembro. Não acredito ser este um dia mais doloroso que todos os outros a partir de 21 de março de 2007, mas é um dia diferente – de reflexão. É o dia dedicado àqueles que nos deixaram. Aqueles que vivem em nós, mas não são mais presença física. Fui ao cemitério hoje, visitar o túmulo de minha avó. Me faltaram palavras nas minhas orações. Mais um ano não queria estar ali, escolhendo a melhor flor que combinasse com ela. Ao lado de minha mãe, não tive forças pra pensar no que havia acontecido. Minha avó se foi... O nosso silêncio, naquele momento, foi a nossa dor. Há momentos na vida em que se formos parar pra pensar nas perdas, nos desequilibramos. Hoje o cemitério estava lotado. Em cada visitante via-se estampada uma história de vida, uma dor, uma saudade. Ainda não sei uma fórmula de encarar melhor a morte. Não tenho, infelizmente, sabedoria e discernimento para entender a ausência de quem eu amo. Poucos aqueles os que sabem da minha dor e, às vezes, acreditem, uma ínfima revolta. Só me resta encarar a morte, na certeza de um reencontro.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

...Passo...


E nesse silêncio, sinto o tempo.
Que chega manso, moroso.
Não passa pra eu entender. Nem passa pra me atender.
Passo. Assim: passo a passo
.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

...Somos uma...


A gente acorda, trabalha, dorme. E acorda, e trabalha e dorme. E de repente... dói. Aquele vazio, aquela falta que ninguém supre. No fim da tarde, a subida da rua... nada é igual. Ausência. Novela: ausência. Doença: ausência. Falta. Dor. Presença da alma? Sempre. Ausência do tato, do carinho físico, do cuidado, do tratamento, da companhia, da respiração, do olhar, das mãos, da risada, da frutinha cortada. A saudade aperta. Corrói e diminui o coração. Sinto-me um grão ante a imensidão do amor que tenho por você, vó. Sinto-me impotente por não ter como voltar àquela nossa vidinha, às nossas conversas e nossos cafés. Como fui feliz. Como a senhora me deu exemplos de vida, exemplos de amor, exemplos de paz no olhar, de serenidade, de vó. Queria uma tarde daquelas. Queria um cheirinho seu. Aliás, queria a eternidade ao seu lado... e eu sei que vou ter. Me espera, vó... com bolachinha de chocolate e salada de tomate. Aí a gente vai sentar, conversar e matar a saudade... Talvez nem a eternidade supra toda a dor e toda a falta que estou sentindo. Mas é tempo suficiente pra que eu possa te amar por todo o tempo, pra todo o sempre. Somos uma... Me espera...!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

... ? ...


Aos cacos. Lidando com o desconhecido.
A certeza de que nunca tenho certeza.
Medo da solidão. Seria de mim?
Descontentamento. Fuga. Seria de quem?
Fundamento. Seria por quê?
Desvio de rota. Caminho traçado. Seria este?
Arrependa pra ver. Seria certo?
Afinal, quem seria esta menina? Seria eu?

... Chão ...


A gente perde o chão, sim.
E perde o sentido. Que sentido faz?
E se perde no tempo.
E volta, também.
Pro chão.
Que chão?
Esse aqui... Da mente.

... Elas ...



Amizade: “Afeição, estima, dedicação recíproca entre pessoas do mesmo sexo ou de sexo diferente: laços de amizade. Amor. Benevolência, favor, serviço: provas de amizade”.  Eu tenho orgulho de dizer que tenho amigas verdadeiras. Deus me presenteou com valores extras à minha personalidade. Tenho amigas que me completam, cada uma a seu modo.  São meu refúgio, minha fortaleza, meu colo. E como quero sempre extrair um sorriso, um abraço, uma história das minhas amigas. Quero história com elas. Quero participação. Como é bom saber que estamos maduras a ponto de nos valorizar.  Minhas amigas são minha base. Eu sei que estão ali. Meus momentos ficam iluminados com pessoas que me completam. Sou completa assim: com o brilho delas.

... Almoço em Paz ...


Dia das Crianças. Sol. Feriadão. No shopping, uma cena de 40 minutos foi suficiente para minha indignação e rejeição ao modelo de família ali instalado. Quatro pessoas: pais e dois filhos. Uma menina de 8 ou 9 anos, loira, linda. Narizinho marcante. Um jovem, irmão de 15  anos, no máximo. Adolescente. Os pais: feições fechadas, nada consoantes com o dia que estavam vivendo. Um grito da mãe: - “Me deixem almoçar em paz”! E ela almoçou ali, da forma que queria: em paz. Sem um sorriso da filha, que “secava” os olhos do pai e da mãe. Mudos. Olhar triste – não era ali uma criança. Não vi um olhar de felicidade. Ao contrário... Olhos tristes, profundos... De experiência, podem acreditar. E o menino... Impaciente. Qualquer outro programa seria melhor do que aquele “almoço em família” no dia 12 de outubro.  O pai parecia ter sido arrastado àquele lugar. A mãe, nervosa, não falou uma palavra sem ser o seu “desabafo”.  Confesso que fiquei estagnada, perplexa com aquilo que vi. Que impressão ruim me causou. Que família era aquela? Que PAZ a mulher almejava? Que conceito de união prevalecia? Que sensação ruim me deu pela certeza de que hoje as relações estão estremecidas, frias. As famílias estão perdendo o sentido. Imagino tão diferente um dia das crianças com meus filhos. Penso como deva ser a convivência naquela casa, a projeção de futuro daquelas crianças, a esperança no amor. E isso acarreta uma consequência imensurável. Filhos infelizes que se tornam pais infelizes e o conceito “família” vai minguando, passando de geração para geração. Bom, a minha parte vou fazer como mãe e como filha. Deixar a vida passar sem amor assim... ? Só como espectadora.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

... Viva! ...


Desinquieta-se. Arrisque-se. Vire o jogo.
Mude a rotina. Inverta os papéis. Não se acomode.
Erga-se. Recrie. Invente.
Experimente. Liberte-se. Reinvente-se.
Inove. Presencie. Seja presença.
Conquiste. Surpreenda. Compreenda.
Solte-se. Mexa-se, mas mexa-se muito.
Agradeça. Acredite. Lute.
Viaje. Ria. Chore... Mas de alegria.
Ouça. Fale. Sinta. Escute. Toque.
Ame. Emocione. Admire.
Torça. Vença. Supere.
Perdoe. Tente. Reflita.
Aprenda. Ensine. Contagie.
Ajude. Apaixone-se. Comemore.
Recomece SEMPRE. Renasça.
A vida espera vida de você...

Viva!

...Obrigada, Deus...

E hoje me deu uma vontade de escrever, porém, sem nenhuma inspiração. Escrevo para me libertar. Escrevo para me entender. Escrevo pra mim. Quem dera a minha escrita fosse resposta pros meus sentimentos. Eu escrevo sempre por tentar encontrar essa resposta, ou pelo menos um caminho que transpareça a minha consciência. Não sei se o que escrevo são verdades ou ilusões que eu mesma carrego. Fuga? Talvez não. Pelo contrário: encontro, busca. E aqui, hoje, junto à minha falta de inspiração, quero somente agradecer a vida que eu tenho. Eu sei que vim aqui pra aprender e, intimamente, sei que ainda há o que transmitir para aqueles que estão à minha volta. O fato de viver é maravilhoso e fazer com que a vida valha a pena é ainda mais significante, mais valioso. É o que tento todos os dias. Extraio da beleza da natureza a minha fonte divina, a certeza de uma força maior. E a presença de Deus é tão plena em mim. Obrigada, Deus, por fazer de mim sua eterna aprendiz...

... " O bicho vai pegar! " ...


A frase soada por meu pai, todos os domingos acerca de 22h é: “Amanhã o bicho vai pegar”. Já é instalada em mim a sementinha da rejeição à segunda-feira, que, convenhamos, não se faz como um dos melhores dias da semana. Ok. Mas ouvir todos os domingos que a segunda será pior do que já me parece é simplesmente terrível. Já fico com a sensação de que a segunda-feira não será um bom dia ou que, pelo menos, irei trabalhar sem “aquela energia” pra encarar esse inevitável “monstro”. Faço esta crônica em homenagem a meu pai, que por tantas segundas, terças, quartas, quintas e sextas-feiras viu “o bicho pegar”. Eu sei, não é fácil administrar uma empresa e fazer com que tudo saia conforme o planejado, mas esperar que no dia seguinte o bicho “pegue” é tortura. Façamos por onde “pegar este bicho” e não que ele nos pegue.  Este “bichinho” que nos pega por tantas vezes deve-se à importância que damos a ele e, também, ao espaço. A espera por um dia melhor e o modo com que a vida é levada faz com que esse bicho ao menos tenha lugar para se instalar. Tenha como parasita o otimismo. Recomendo este bichinho. O outro...  qual seja, o pessimismo ... Esse pega. Ah, se pega. Corra dele. Livre-se dele... Porque se você não correr ele te come . E te consome.
 

... “Não me conheço senão através de ir vivendo” ...



A frase que me incita hoje é: “Não me conheço senão através de ir vivendo”, de Clarice Lispector.  Bingo! Me identifiquei. Talvez muita gente também se identifique, pois d-u-v-i-d-o que há forma melhor de autoconhecimento que o simples “viver”. É claro (e não raro) que nos perdemos às vezes e até colocamos nossos atos em dúvida, mas há aprendizado sobre você mesmo SEMPRE. Pronto. Houve aprendizado? Houve autoconhecimento. Se não houve aprendizado e não tocou seu coração, há muita água para rolar. Você ainda não se encontrou. Além de você, ator principal desta caminhada, há ainda o coadjuvante desta “brincadeira” e confesso que sem ele, me perderia em cena: o tempo. Companhia perfeita. Com ele começo e encerro meu ciclo. É ele quem clareia e me estampa a verdade. Seja ela dolorida ou não. Conhecer-se demanda tentativas, atitudes, ação/reação... Tudo no seu tempo. Somente assim, na VIDA, é que você será apresentado a si mesmo e além da tua carcaça, você tem, a cada dia, a oportunidade e o prazer em desvendar-se.  Que maravilha... E você?  Está se conhecendo ou apenas vivendo?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

... Meu noivo está vivo! ...


Com 24 anos, faltando ainda poucos meses para completar um quarto de século, penso: “Como será meu casamento”? Passado um tempinho em que já pensei nas músicas, no meu vestido, no cabelo e na igreja, lembro-me do principal: “ E o noivo”? Você já imaginou que meu noivo e também o seu, leitora “solteira” como eu, esteja vivo? Aquele que irá ser pai dos seus filhos, que será seu companheiro na velhice e nos principais momentos de sua vida está neste mundo, passeando pelo shopping ou pescando em Mato Grosso? Aonde ele está neste exato momento? E de saber que ele existe me dá um aperto. Poderia ser mais simplificado, não é mesmo? Alguém poderia apontar qual seria o meu maridão: “Renata, de acordo com as pesquisas, ‘fulano’ se encaixa perfeitamente no que você pensa sobre um homem, sobre a vida e um futuro... enfim, é feito pra você!”. Que ótimo alguém encontrar o príncipe de cavalo branco, mais ou menos aos 23 anos e apontá-lo como o seu futuro companheiro. Aí é só correr pro abraço. Vamos combinar que essa história de ficar “caçando” o “the big one” não está com nada. Pisemos no chão: perfeição não existe não.  O sapinho que, às vezes, você não dá naaada poderá ser seu marido, quem sabe. Abra-se mais. Conheça pessoas diferentes. Encontre seu marido em um ser humano. Exija menos. Sugue as qualidades e case, sim. Acredite no casamento. Acredite no amor, na imperfeição e no complemento. Complemente. Acredite na vida a dois... Invista. Às vezes aquele sapinho, sabe aqueele?? Pois então, pode virar um príncipe maravilhoso, com defeitos, mas perfeito!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

... Perfeição existe? ...


Hoje me dei conta que exijo demais. É isso. Exijo dos outros, mais ainda de mim. Sempre por mim. Sempre do meu jeito. Sempre pra ser feliz. E nesta busca inconstante, em que meus sentimentos oscilam constantemente, vou perdendo o meu tempo, em busca de uma perfeição inexistente, irreal. Vivo à procura de um caminho certo (ou talvez incerto, quem sabe), sem pedrinhas no meu sapato, sem deslizes meus ou daqueles que eu amo. Cansei de exigir. O ser humano é falho. Sempre busquei o “cem por cento”. Cansei de exigir sendo que sou tão imperfeita, e ainda mais imperfeita. E vejo que exijo o que nem eu consigo cumprir. Antes de querer e exigir do outro, veja se o que deseja transborda em você. Veja se o que cobra, você cumpre. Eu gosto de ser assim. Não quero mais ser perfeita e espero que gostem de mim como sou. Quanta incoerência. A imperfeita à procura dela: a perfeição. Hoje sei que não sou merecedora dessa ilusão. Posso dizer que hoje eu quero, sim, o meu “ideal” de amiga, de companheiro, mas não mais sua perfeição, pois ela não existe, mas sua proximidade, sim, e é em busca dela que eu vou.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

...Quero...

Quero amores.
Quero saúde.
Quero amigas.
Quero amigos.
Quero de volta.
Quero família.
Quero paixão.
Quero tudo.
Quero respeito.
Quero trabalho.
Quero vitórias.
Quero acertar.
Quero mais um dia.
Quero viver.
Quero sonhar.
Quero tempo.
Quero ar....
Quero solução.
Quero o bem.
Quero presença.
Quero amor.
Quero paz... no meu, no seu e no teu coração.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

... Forma ...


Que forma tem o amor?
De que forma ele te invade?
Sou inteira amor, apesar de temê-lo.
Temo a mim quando amo.
Tempo.
Invasivo o amor.
Me norteia pro lado certo? Existe lado no amor?
Mais uma vez: que forma?
Aliás, existe forma de amar?
E acertar?

quarta-feira, 7 de julho de 2010

..."É assim"...


E hoje a minha sensibilidade está à flor da pele. É assim. Tem dias que sinto que sou diferente. Sinto a vida diferente. Eu procuro razões e explicações pra cada ato. Por que aqui? Por que com vocês? Por que assim? E sei que sou ainda tão jovem pra procurar definições, mas sou como sou... Curiosa. Escrever é meu pouquinho de liberdade. Aqui tento compreender ações minhas, daqueles que eu amo e daqueles que sequer conheço. É meu joguinho de quebra-cabeça. A maneira como desenvolvo meu dia é tão íntima, tão particular. Há dias em que sou alegria, outros silêncio. Há, ainda, aqueles que o trabalho me sufoca. Há dias – noite, dias – solidão, dias - emoção, dias - saudade, inteira saudade. Com minhas qualidades e defeitos vou aperfeiçoando minha identidade, tecendo minha história, participando da vida alheia, dia a dia, até quando Deus permitir que eu faça com que minha oportunidade neste mundo seja proveitosa e válida, extremamente válida, gota a gota.